quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Meias verdades também são mentiras

-Levanta, amor - Ele disse com uma sinceridade tão grande que chegou a me comover. 
Ele era um louco propriamente dito, desde quando eu o encontrei passei a viver como uma louca também, a nossa casa era uma bagunça, jornais por todos os lados, um piano sujo com o qual nos nos divertíamos todas as noites e xícaras, xícaras sujas de café por toda parte. 

Ele não pensava no futuro, e sempre quando nos perguntavam "Vocês pretendem se casar?" eu não sabia o que responder, era o tipo de pergunta que me pegava, simplesmente não sabia o que dizer, não tínhamos pensado nisso antes e ele tinha uma personalidade tão múltipla que as vezes me assustava, como jurar que ele iria me amar pra sempre? 
Isso me assombrava um pouco, isso, esse fato de não ter controle sobre os sentimentos alheios, é por que quando nos encontramos sem pai nem mãe, órfã de família e amigos é assim que nos sentimos: abandonadas. 
-Bom dia meu bem - eu respondi com franqueza porém incapaz de esconder as minhas duvidas. 
Abraçou-me, entrelaçou os braços ao meu redor e isso me diminuiu, eu o abracei como se o quisesse comigo mais do que tudo na vida. Logo era como se fosse a primeira vez que nos visemos. Ele sabia despertar isso em mim, isso de me sentir única, com vários em um só. 

Saímos de casa, era tarde embora ainda fizesse escuro, o céu estava levantando e nós, caminhando lentamente pela rua, olhando vários outros casais abraçados, quando uma bala que furou as minhas costas atravessou o seu peito, seu coração que aos poucos foi parando, aquela imensidão de olhos se fechando. Agora eu estava abandonada. 
Mesmo depois de dias ainda conseguia sentir aquela barba mal feita me coçando as vezes, seu cheiro e a paz, a paz que ele emanava era pra poucos. 
Ele tinha algo especial. E Deus – ou morte, ou qualquer outra coisa que você queira chamar – o levou do mundo.  

-Levanta, amor - Disse com uma sinceridade tão grande que chegou a me comover. 

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A vida então não significa nada, pois a um triz do fim todas as coisas deixam de existir, ou se tornam um peso, um peso insuportável, que verga ate mesmo o mais fortes dos corpos. 
Olhar a cidade a noite, com todas as suas luzes ou as poucas ainda que restam acessas faz qualquer homem voltar a ser criança e sentir medo. 

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

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Te sentir, vem pra mim
Quero matar a minha sede e beber da tua seiva, eu vou
se você for me alimentar do teu poder e me abrigar em teu peito  ainda sou, o teu amor. Não te contei mas toda noite os meus sonhos só pedem você, vem aqui pra alegrar o meu sorriso e ser a cura nos momentos de dor. Quero matar a minha sede de amor.

Paula Fernandes.