quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Anjo, Anja, Ângela.

Ela me olhava com olhos de Campari. Vermelho e distraído. Nunca dei muita importância aos olhos, sempre achei que poderíamos ainda assim fingir sentimentos. Mas, quando vi aquele olhar de canto, todo desconfiando, mais do que de um escorpião, mudei meus conceitos. Eu nunca tinha visto tanto mistério e cumplicidade, nem mesmo quando via o reflexo da minha própria pessoa no espelho. Ela era feita de música e poesia, daquelas bem quentes e eróticas, mas só sabia disso, quem mergulhava naquele fechado olho de rio preto. Não, preto não! Vermelho. Vermelho Campari. 






[Tributo à minha antiga amiga, Velha da Lua]