sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Entorpecente

Uma pílula por vez. Calma. Respire. Tudo de uma vez não. Maldição cospe isso, você já tomou de mais. Vamos dormir.
Sua maldita volte aqui. Onde esta o meu remédio? Sua mentirosa trate de cuspir as verdades, as minhas verdades que você engoliu.
Trate de engolir, engula as verdades que você cuspiu.

RÁ-TIM-BUM

Meu corpo é um eterno castelo, minha alma sera sempre o mero personagem que chora, que ri, brinca, corre; mal sabe ela que está presa as minhas paredes escuras e amaldiçoadas para sempre.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Viver como vivia não era viver de fato. Tudo em mim, sobretudoos meus gestos passivos diante da dor
e do infortunio, apontava para um fim árido, um curso doente, um sentido reto de mais, uma perda.
Nem o suicidio me colocaria em sensata evidencia. Minha vida tinha mesmo o gosto de medicamentos de vacina. 

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Nos dias que se seguiram nada de muito especial aconteceu. A vida não ganha de repente ilusões que nunca teve. Seria preciso que nascesse de novo para de novo tecer desejos e noções de felicidade. O máximo que pode acontecer á vida é de repente arder. Mais ai então já não é mais vida, é a morte. O fogo da vida é o chamado da morte.


M. Gallo 

sábado, 9 de outubro de 2010

Em Uma noite enluarada a sombra se virou para o seu desprezível dono, ergueu as suas mãos cinzenta até ele. Colocou o seu dono ao seu lado para pensar o que deveria ser feito.
O Dono com a alma paralisada, disse quase sem voz:
-Não tenho medo de você – e abaixou a cabeça apreensivo e se calou.
A sombra então, tocou-lhe a face e sussurrou em seu ouvido:
-Tema-me querido, pois eu sou a morte - depois deu um sorriso doente e se calou.
O dono reuniu o que lhe restava de coragem fechou os olhos, apertando-os até  que conseguisse respirar novamente e gaguejou:
- Eu não tenho medo de você... – A sombra parou o movimento que fazia com as mãos, abandonando o pensamento antigo, olhou para o seu desprezível dono, com seus olhos de vidro derretido por uma chama de fogo eterna e transparente, tão profundos que se enxergava o outro lado, deu uma gargalhada com um cheiro que lembrava éter, cheiro de éter no ar nunca é um bom sinal. Agarrou o rosto do seu pobre dono com desdém, se aproximou e sussurrou em seu ouvido:
-Pois então tema-me querido, porque eu sou a morte, e vou tirar isso que você chama de vida em uma única maldita respiração.
Retomou o antigo raciocínio e sorriu, afinal a morte não é o pior que se pode oferecer ao um ser humano, pelo menos não naquele momento.
Suspirou e por fim sorriu...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Vulgo: Cinderela.

"Que mundo hein, em um segundo, me confundo com a dama e o vagabundo, é sempre assim o fim do quadro. É quando o sapato vai ficando apertado,
e o vestido pega dos lados, é o fim do sonho encantado. De princesa pra rainha, de beleza adivinha,
se não é a experiência e a inteligência que fica, Sabedoria rica, por favor me explica,o que o ataque da corrosão do tempo não danifica
Aparentemente a mente nem se cogita, mas o corpo fica gordo, em troca da filha bonita.
Nessa altura a vida fica dura e muito mais sofrida, e isso multiplica quando não tem pai pras suas filhas.
Que educa na luta mesmo com jornada dupla,na raça abraça tanta desgraça que acostuma. Solteiras, separadas, traídas, viúvas,
mães que derramam suor como a chuva."