terça-feira, 3 de maio de 2011

O amor como deve ser.

Dois corpos, jogados, comprimidos, ligados em uma relação incestuosa. São irmãos, irmãos de sexo. Galopes em cima de coisas que já conhecem desde quando nasceram. Unidos. Em uma relação infrutífera. Não darão frutos. Nunca. Sementes. Seiva, tudo jogado em lençóis. Sementes mortas não geram vida, não tem vida, estão mortas. 
Levantem agora e continuem andando pelas ruas, vez ou outra se encontrem escondido, e cavalguem em cima das suas próprias sementes. Sementes que não contarão nada a ninguém, pois estão caladas. Pra sempre. Enojem um do outro, se desprezem vez ou outra. Joguem fora os lençóis, esqueçam o que passaram. 
Vocês esquecerão. Suas sementes não. Lençóis, ali vocês deixaram suas sombras, que um dia se levantarão enormes para censura-los ou então aplaudi-los, marcar uma nova etapa secreta. E os lençóis usados substituídos por novos, vão se acumulando dentro do guarda-roupa com registros, marcas autênticas daquilo que tinham feito com a coragem que só o amor poderia desencadear. 

Me maltratem, me torturem pedindo: "Oh! Não conte a ninguém!" Me implorem -se ajoelhem- Me perguntem como descobri. 
- Vou contar-lhes um segredo: Suas sementes gemeram pra mim. 

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