Danilo, aliás Danilo, não. Dani. Coloquei um piercing novo
hoje. Ainda dói e eu queria contar pra você, sei que você gosta de percing no
septo. O que eu tinha no freio, tirei e não consegui mais colocar no lugar.
O preço do café anda um absurdo, não sei se está assim em
todo lugar ou nos que eu freqüento. Mas não faz muita diferença, você não anda
por lá.
Minhas notas da escola andam meio ruins, principalmente em
matemática, não sei como você consegue estudar isso na faculdade, todos os
dias. Mas não era sobre isso que eu queria falar, eu nem sei sobre o que eu
quero realmente falar, é que eu escrevi isso aqui pra dizer que sinto a sua
falta e não acredito que “você” tenha acontecido comigo. Você não poderia ter
acontecido comigo. Mil vezes ter seis anos sem experiência nenhuma do que seis
anos de lembranças e ausências suas (e quem sabe quantos outros tantos anos
mais), mas disso você não precisa saber, sei lá, acho que você não precisa
saber de nada disso.
Desculpa pelo texto mal elaborado e pelas lágrimas. Tenho
passado por uma crise literária, não consigo “escrever bonito”.
Eu lembro da mensagem de fim de ano, as felicitações e o seu
sumiço depois disso. Ainda tenho a sensação de que nunca vou conseguir escrever
sobre você e isso me incomoda, já que também não posso falar com você. Incomoda-me,
também, o fato de não saber como você está agora, neste exato momento em que eu
escrevo.
Fico imaginando se em algum lugar você ainda escuta Ramones
e lembra de mim, se lembra quando come arroz que eu ODEIO ARROZ! Se um dia
assistindo ao show do fim de ano do Roberto Carlos, você pensará em mim, e me
imaginará sentada na sala com o meu pai, chorando, ambos. Se quando você lê Machado de Assis lembra de
mim. Lembra-se que eu amo mais coxinha do que a minha vida. Se quando você come
no Mc Donald’s lembra que eu odeio Mc e prefiro Bob’s. Se me imagina
trabalhando quando passa por algum escritório de contabilidade, ou se essas
coisas nem passam pela sua cabeça. Se você agora chama outra pessoa de “minha
pequena”, ou se esse apelido era só meu.
Eu fiz vários textos sobre o seu “caso”. Nenhum ficou bom o
suficiente. Fiquei com vergonha de te mostrar.
Não esqueci de você, talvez dois ou três dias, mas toda vez
que escuto Kings of Leon lembro de novo.
Passei a gostar das suas bandas de indie, e quando fui a
cidade fiquei olhando atentamente para todos os homens entre vinte e vinte e um
anos, pensando que aquele sentado ali poderia ser você.
Queria te pedir desculpas pelas sms em branco, enchia o
saco, né? Elas pararam de serem enviadas, era um problema com o aparelho, mas
eu já troquei.
Gostaria de saber se você já foi ao médico conferir a sua
pressão que anda baixa, e se você já está melhor, se já parou de brigar com o
seu pai e como anda a sua mãe.
Tô cada vez melhor no piano e consegui tirar no violão
aquela música do Yodelice.
Tem várias citações do Fernando Pessoa que eu queria te
mandar.
Sinto falta de cantar pra você por sms. Saudades de te
ajudar a estudar para as suas provas de literatura, e ler a suas mensagens agradecendo
pela ajuda, que você tava melhor.
Eu não te contei, mas ficava nervosa toda vez que você
ficava nervoso com uma prova, e chorei quando o seu cachorro, Dragon, morreu.
Comprei um porquinho-da-índia e o nome dele também é Goku.
Ei, seu aniversário ta chegando, né? É no mesmo mês que a
minha viagem de turma. Eu queria te desejar feliz aniversário, mas você não
saberia de quem é a mensagem, você sempre apaga meu número.
Não ficarei em recuperação de química este ano.
Essas são só algumas coisas que você não sabe, acho que é só.
Ps: Eu amo você. (mas disso você já sabe)
Ei, Bruna!
ResponderExcluirEu fiquei um bom tempo afastada do blog, e se você ainda lembra de mim, tenho uma boa notícia: estou voltando aos poucos.
E ah, por que tem ciúme ao ler meus textos? Haha.
Como você diz que não está mais conseguindo escrever coisas bonitas? Essa carta-desabafo foi linda. Linda mesmo.
Beijos!